quinta-feira, 8 de maio de 2014

e nasceu uma mãe...


Quando estamos grávidas pensamos muito em como vai ser o parto, se vai doer, se vai demorar, se vamos conseguir parir... Pensamos um pouco também em como será esse bebê, idealizamos vários momentos, ficamos ansiosas pra conhecer esse serzinho que cresce dentro de nós...Mas não paramos muito pra pensar que vamos nascer também, que vamos nos tornar mães. Claro, racionalmente sabemos que vamos nos tornar mães. Mas como será essa mãe? Sabemos? Pensamos e, muitas de nós, tememos a amamentação, tememos não conseguir, não ter leite suficiente... Mas não sabemos, até nos tornarmos de fato mães, o que é esse ser mãe e como será a amamentação para nós. O que ela, a maternidade e a amamentação, vai mobilizar dentro de nós, como ela vai nos revolucionar, nos reiventar, nos desestruturar, para depois nos colocar nos eixos novamente. Nos eixos novamente? Nananinanão! Pelo menos não nos eixos que já conhecíamos. Vamos entrar em outro eixo. Vamos nos apresentar a nós mesmas. Se nos permitirmos à entrega dolorosa, fantástica, transformadora e revolucionária que a maternidade nos proporciona, descobriremos dentro de nós a nossa essência, o nosso feminino, os nossos defeitos, a nossa sombra e também o nosso melhor. Vamos descobrir como somos fortes, como nos bastamos, e como somos frágeis também, como precisamos de um carinho, e de como precisamos ser cuidadas para cuidar.
O mundo moderno é muito cruel conosco. Ele não é maternal. Ele não nos acolhe. Ele nos obriga a voltar ao mercado de trabalho e as pessoas que ainda não passaram pela maternidade, não tem a dimensão disso tudo que nós vivenciamos, da dor de termos que nos separar de nossos bebês de quatro ou seis meses de vida. Nos cobramos também, mas essa cobrança foi incutida pelo mundo lá de fora. Ainda estamos no mundo de dentro, no ninho, mas somos jogadas pra fora, arrancadas do nosso grande útero novamente... E quando não voltamos a trabalhar fora, quando podemos nos permitir viver intensamente a maternagem, nos perguntam: "mas você é "só"  mãe?" "você não trabalha?" Peraí mermão! Criar um ser humano não é brinquedo não! Ser "só" mãe é de uma grandeza, de uma entrega, de uma responsabilidade que nunca se viu ou verá em emprego algum! É prazeroso? É. É uma escolha? É. No mundo moderno, é diferente? É. Mas essa escolha não deveria ser marginalizada, não deveria ser julgada e nem desvalorizada de maneira alguma! Principalmente por nós! Porque de tanto ouvir perguntas idiotas, sentir olhares de reprovação, sermos questionadas a todo momento porque estamos cansadas, porque estamos estressadas, se ficamos o dia todo em casa. Faz com que muitas vezes nos desvalorizemos também.
Tenho orgulho de ser mãe, de poder estar em casa cuidando em tempo integral do meu filho, dia e noite, sem feriado, sem final de semana, sem remuneração. Tenho orgulho de ter o melhor e o pior emprego do mundo. Tenho gratidão ao universo por ter me mandado esse serzinho encantador que me deixa exausta, com olheiras, mas que me fez descobrir e sentir o verdadeiro amor. Que me fez ver o tamanho do mundo. Que me proporciona sentimentos e sensações que nenhuma droga, bebida e terapia podem chegar perto. Tem dias que nem tudo são flores. Mas nada como o seu sorriso pra iluminar o meu dia, o meu ser. Obrigada Alexandre. Gratidão eterna.
E pra vocês como é? Como foi? Com está sendo? Que mãe você é? Já descobriu?

Quando estou deixando a minha peteca cair, leio e releio esse texto que caiu em minhas mãos num dia cinza:
Enjoy!
TEMPO PARA OS FILHOS
Há um tempo de abraçá-lo bem forte e contar-lhe a mais bela de todas as histórias.
Um tempo de mostrar-lhe Deus na terra, céu e flor, para ensinar-lhe admiração e reverência.
Há tempo de deixar os pratos na pia e levá-lo para balançar no parque, apostar corrida, fazer um desenho, apanhar uma borboleta e lhe dar amizade alegre.
Há tempo de mostrar-lhe o caminho, ensinar seus lábios infantis a repetir as palavras corretas.
Há um tempo de cantar, ao invés de resmungar, de sorrir em vez de franzir a testa.
De enxugar as lágrimas com um beijo e rir dos pratos quebrados.
Um tempo de compartilhar com ele o melhor de mim nas minhas atitudes.
Há um tempo de responder suas perguntas, todas as perguntas porque pode vir um tempo em que ele não queira minhas respostas.
Há um tempo de ensiná-lo pacientemente a obedecer, a guardar seus brinquedos.
Há um tempo de assisti-lo a sair bravamente para a escola, de sentir falta de alguém para controlar e de saber que outras mentes recebem sua atenção, mas que estarei ali para atender o seu chamado quando ele voltar para casa e que ouvirei ansiosa a história do seu dia.
Há um tempo de ensinar-lhe independência, responsabilidade e auto confiança.
Tempo de ser firme, mas amigável, de disciplinar com amor, pois cedo, muito cedo, haverá o tempo de deixá-lo partir, soltar as mãos da saia da mãe, pois os filhos não podem esperar.
Uma hora de cuidado hoje pode evitar anos de sofrimento amanhã.
A casa pode esperar, a louça pode esperar, a reforma da casa pode esperar, mas os filhos não podem esperar.
Haverá um tempo em que já não se ouvirão portas batendo, nem haverá brinquedos na escada, ou brigas na infância, ou marcas dos dedos na parede.
Então, olharei para trás com alegria em vez de remorso.
Haverá um tempo de olhar para trás e saber que estes anos que fui mãe não foram desperdiçados.
Oro para que haja um tempo de vê-lo justo e honesto, amando a Deus e servindo a todos.
Deus, dá-me sabedoria para perceber que hoje é meu dia com meus filhos.
Que não há momento em sua vida que não seja importante.
Que eu possa saber: que nenhuma tarefa é tão preciosa, que nenhum outro trabalho é tão importante, que nenhuma tarefa é tão urgente.
Que eu não protele e nem negligencie, mas que por Teu Espírito a aceite alegremente, jubilosamente e pela graça compreenda que o meu tempo é curto e meu tempo é agora.
Porque os filhos não podem esperar!
(Cleuser de Oliveira Porto Pacheco)


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